DOR

A dor que vem
É uma espécie de morte
A dor é que nem
Abrir um corte
A dor não é um bem
Quem dera fosse
A ausência de sorte
A dor que vem
Fura o peito
Amassa o coração
Carcome a alma
A dor que vem
Poderia ser em outrem
Mas vem neste ser
Que parece não mais ser
Que padece em não mais ter
Que apodrece de sofrer
Não vejo luz
Quem sabe ela virá

Mas enquanto não acende
O nada me sente
O escuro está na frente
Enlouquece toda a mente
Só há o doente
Que entre unhas e dentes
Não se fez presente
Falece eu ente
Esperando crente
Que o amanhã melhor será

Mas enquanto ele não vem
É esperar uma breve cor
Viver na imensidão
E no declínio
De uma triste dor.

João Aranha
23/08/2017

Autor: João Aranha

Publicitário, ator, roteirista e músico.

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